LUIZ GONZAGA MONTE
O Cônego Monte nasceu no território pernambucano, na cidade de Vitória de Santo Antão, no dia 03 de janeiro de 1905, filho de Pedro e Belarmina Monte, pais materialmente pobres, família honrada e de numerosa prole.
Em 1913, depois de um período na Paraíba, a
família do Cônego Monte veio residir no Rio Grande do Norte, no lugarejo
Recanto, Município de Currais Novos, segundo pesquisa do Cônego Jorge O’Grady
de Paiva, um dos primeiros a escrever sobre o sábio sacerdote. O pai (Pedro
Monte) instalou um barracão comercial no dito lugar que, de tão simples, sequer
tinha ensino para os filhos em idade escolar. Conta o Cônego O’Grady que Luiz
Monte trabalhava o dia todo com o pai e, sempre que possível, dedicava-se a
estudar sozinho, lendo “livros de leitura ou de histórias, almanaques,
periódicos”. Naquele tempo, como diz o citado biógrafo, “a casinha onde moram,
o barracão onde trabalham, a capelinha onde rezam, eis todo o seu mundo”.
Aliás, falando em reza, desde criança Luiz Monte já demonstrava pendor para o sacerdócio.
Em 1917 a família se transferiu para Natal, já
tendo Luiz Monte a decisão de estudar para se tornar um sacerdote. No dia 15 de
fevereiro de 1919 foi fundado o Seminário de São Pedro na Arquidiocese de
Natal. A família de Luiz Monte não tinha recursos financeiros suficientes para
mantê-lo na instituição. A mãe, Dona Belarmina, “tomou a seu cargo, então, a
lavagem de roupa do Seminário de S. Pedro. Costurava, além disso, batinas para
os seminaristas. Até à ordenação do filho ela lutara arduamente”. Em tudo, no
Colégio Santo Antônio e no Seminário, Luiz Monte se destacou como um brilhante
e aplicado aluno.
Aos 22 anos e alguns meses ele foi ordenado
padre, precisamente no dia 18 de setembro de 1927, pelas mãos de Dom José
Pereira Alves. Adiante, sobre Luiz Monte, o Bispo, já em terras cariocas para
onde foi transferido, sintetizou as virtudes que mais o impressionavam no então
jovem sacerdote: “a modéstia, a obediência, a piedade e a pureza”.
Padre ordenado, Luiz Monte foi o grande destaque
de sua geração. Sábio, como diz Cônego O´Grady, “chegou a dominar toda a
ciência de seu tempo”. Dominou teses de filosofia, teologia, mas, com
profundidade, também andou pela matemática, física, biologia, química, geologia
e psicologia, sem descuidar da história, literatura, direito, língua portuguesa
e idiomas, sendo um dos maiores latinistas de seu tempo. Jurandyr Navarro, o
maior estudioso sobre a vida do Cônego Monte, resume tudo: “foi professor,
escritor, orador, polemista. Estudava em nove idiomas. Dominava a matemática e
ciências afins. Sabia física, química, biologia. Conhecia a psiquiatria,
psicologia, psicanálise. Versava o direito criminal, a literatura universal, a
sexologia, mitologia e outros ramos do conhecimento humano”. É muito para um
normal, mas razoável para um gênio.
Caso presente do Cônego Monte que, com ares de
santidade, partiu para o horizonte que a fé nos faz enxergar no dia 28 de
fevereiro de 1944.
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FONTE
– TRIBUNA DO NORTE